Manifestação do Espírito

Manifestação do Espírito

I Coríntios 12:7 “A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso.”                                                                                                                                                      

 

Isaias 11:2 “Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.”

 

Nossa sociedade é marcada pela tecnologia. Podemos dizer que vivemos num mundo que a comunicação chegou e, consequentemente, dependemos dos meios tecnológicos para os diversos relacionamentos. No entanto, mesmo diante das “facilidades” da comunicação os relacionamentos humanos deixam a desejar e, portanto, o tecido humano está muito doentio.                                                                                                                                                                         

 

É concedida a cada um:

Assim aprendemos a ser igreja na multiplicidade: como a cada um o Espírito deu um dom para a edificação de todos, se eu assumo atribuições demais acabo ocupando o lugar de um outro; se não assumo nada, poderá faltar esta edificação para a igreja, seja ela em sabedoria, conhecimento, fé, cura, poder de operar milagres, profetizar, falar em línguas ou em interpretação. A mensagem do Pentecostes (descida do Espírito Santo) conforme os relatos bíblicos tem um conteúdo importante em termos de resgate da comunicação humana. 

O profeta Isaias sublinha o seguinte: “Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.” (Isaias 11.2) – O Espírito do Senhor é: a presença do Espírito Santo revela-se no fruto que produz na personalidade, como segue: A) sabedoria, o poder de discernir a natureza das coisas; B) entendimento, o poder de diferenciar entre as coisas; C) conselho, o dom de formular conclusões certas; e D)  fortaleza, a energia necessária de pôr em pratica as conclusões; conhecimento de Deus forma-se dentro da comunhão amorosa com Ele; e o temor do Senhor é um temor absorvido pela reverência (Ap. 5.6)- “Então vi um cordeiro de pé no meio do trono,  rodeado pelos quatro seres vivos e pelos líderes. Parecia que o cordeiro havia sido oferecido em sacrifício. Ele tinha sete chifres e sete olhos, que são os setes espíritos de Deus que foram enviados ao mundo inteiro.” Esta é uma imagem perfeita para mostrar a diferença que a morte de Cristo, fez na cruz. Estas palavras se definem, no sentido bíblico, nas notas de Provérbios. Neste sentido, uma questão: de que maneira o tempo chamado Pentecostes poderá nos ajudar nos nossos relacionamentos, pessoalmente, junto à família e a igreja?  Atendemos para os conselhos do profeta.

“O Espírito de sabedoria e de entendimento”:

o dom da sabedoria faz-nos ver a vida e a história, à luz dos valores do Reino de Deus. Salomão havia orado pedindo sabedoria e entendimento, conforme segue em (I Reis 3.9) “Dá, pois, ao teu servo coração compreensivo para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; pois quem poderia julgar a este grande povo?” Coração compreensivo. Quer dizer “coração dócil, e pronto a ouvir” a fim de governar com sabedoria o povo, em retidão e justiça provenientes do trono de Deus.                        

Da mesma maneira, o Apóstolo Paulo refletindo sobre a importância de uma mente convertida, ou seja, regada ao entendimento evangélico sublinha:

 “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os teus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!  Quem  pois, conheceu a mente do Senhor?  Ou quem primeiro deu a ele para que venha a ser restituído! Porque dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.33) São questões profundas demais para entendermos plenamente, mas Deus é extremamente sábio e justo, e isso será revelado claramente.                                           

O clima é de louvor, de adoração e admiração pela sabedoria e misericórdia divina.                            

 A Ele, pois toda a glória. Também, “Como dizem as Escrituras Sagradas:  “Quem pode conhecer a mente do Senhor?  Quem é capaz de lhe dar conselhos?  Mas nós pensamos,  como Cristo pensa.”  (1Corintios 2.16) Quem crê em Jesus esta na verdade tomando a atitude mais sabia possível, e está sendo inspirado pelo próprio Espírito Santo, que vai influenciando nossa mente a pensar da forma como Cristo pensa. A sabedoria verdadeira vem de Deus, e se torna pessoa em Jesus Cristo. Precisamos neste tempo de Pentecostes do “espírito de sabedoria e de entendimento”.

“O Espírito de conselho e de fortaleza”:  o conselho nos facilita discernir os melhores caminhos a percorrer dentro do projeto do Senhor Jesus Cristo. E “a fortaleza” auxilia a enfrentar as lutas, as decepções do cotidiano, resistindo às tentações presentes no dia a dia de nossa caminhada. Esse dom inspira-nos o perdão, a oração por quem nos calunia e persegue e, consequentemente, uma vida piedosa, e santa. Há muitos desgastes no nosso viver, bem como muitas perdas. Não somos de ferro. Temos os nossos sentimentos humanos, nossa fragilidade e muitas vezes experimentamos o sabor da derrota. É de grande inspiração o testemunho do Apóstolo Paulo registrado em  (2Corintios 6:4-10) “Pelo contrário, em tudo mostramos que somos servos de Deus, suportando com muita paciência as aflições, os sofrimentos e as dificuldades. Temos sido chicoteados, presos e agredidos nas agitações populares. Temos trabalhado demais, temos ficado sem dormir e sem comer. Por meio da nossa pureza, conhecimento, paciência e delicadeza, mostramos que somos servos de Deus. Por meio do Espírito Santo, temos mostrado isso pelo nosso amor verdadeiro, pela mensagem da verdade e pelo poder de Deus. Por vivermos em obediência à vontade de Deus, temos as armas que usamos tanto para atacar como para nos defender. Somos elogiados e caluniados; alguns nos insultam, outros falam bem de nós. Somos tratados como mentirosos, mas falamos a verdade; somos tratados como desconhecidos, embora sejamos bem conhecidos de todos; somos tratados como se estivéssemos mortos, mas, como vocês estão vendo, continuamos vivos. Temos sido castigados, mas não fomos mortos. Às vezes ficamos tristes, outras vezes ficamos alegres. Parecemos pobres, mas enriquecemos muitas pessoas. Parece que não temos nada, mas na verdade possuímos tudo.” Aleluia!  O texto nos tira ilusões de que a vida cristã no presente tempo nos livre de sofrimentos e problemas. Ao contrário, é bem possível que isso aconteça em muitas circunstâncias, nas quais seremos amparados e fortalecidos pelo poder da graça de Deus. Só é possível suportar um acúmulo de sofrimentos por meio do Espírito Santo, que nos supre de forças não antes nem depois, mas exatamente na hora necessária.                                                                                                                                               

Não podemos determinar esta intervenção do Espírito por nós mesmos, só Deus tem este controle. Assim quando um sofrimento esgota minhas forças, pode ser um sinal de que a imaginada vontade de Deus seja mais a minha própria do que a dele, isto é pode ser um sinal de que estou andando num caminho mais idealizado por mim mesmo do que por Deus. Lembre-se de que Paulo e seus colegas sempre estavam animados. Se tudo o que vem é desânimo, talvez seja hora dessa certeza de estar agindo conforme a vontade de Deus ser revisada. A caminhada com Deus comporta sentimentos diferentes. Precisamos do revestimento do Espírito Santo, ou seja, o “Espírito de conselho e de fortaleza”.

“O Espírito de conhecimento do temor do Senhor”:                                                                                  

Hoje vivemos uma crise de imaturidade presente no ministério total da Igreja. Ou seja, os sinais presentes de arrogância, intolerância, indisciplina, onipotência e etc. “O Espírito de conhecimento do temor do Senhor” não se trata, de medo, mas de respeito e reverência diante da grandiosidade do ministério de Jesus Cristo (Filipenses 2 10.11) “para que, em homenagem ao nome de Jesus, todas a criaturas no céu, na terra e no mundo dos mortos, caiam de joelhos e declarem abertamente que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus, o Pai.” – Jesus Cristo é o Senhor. Esse humilde servo é, na verdade, o Senhor do universo. A nossa condição de discípulas e discípulos nos coloca numa posição de total dependência do Espírito Santo. Por isso, o ministério que realizamos não é nosso, mas de Jesus. “Então Jesus disse de novo: - Que a paz esteja com vocês! Assim, como o Pai me enviou, eu também envio vocês. Depois soprou sobre eles e disse: - Recebam o Espírito Santo.” (João 20  21-22) – eu também envio vocês. Agora os discípulos tinham uma missão: repetir o ministério de Jesus, levando a salvação através da fé em Jesus a todas as pessoas – recebam o Espírito Santo: Isso ainda era algo novo para os discípulos, embora Jesus tivesse falado sobre o Espírito Santo na véspera de sua crucificaçã . Aqui Jesus indica qual será o novo guia dos discípulos (na prática, a descida do Espírito Santo aconteceu com grande manifestação do dia de Pentecostes, exatos 50 dias depois, conforme Atos 2.1). Aqui reside o eixo de “temor do Senhor”. Nosso ministério fará muita diferença quando formos banhados pelo “Espírito de conhecimento e de temor do Senhor”.                                                                 

A competição deixara de existir, para nascer em nós, o espírito de companheirismo e comunhão. Essa é a grande manifestação do Espírito Santo na vida das pessoas e comunidade, conforme (Atos 2. 42-47). “E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão,  partindo o pão juntos e fazendo orações.  Os apóstolos faziam muitos milagres e maravilhas, e por isso todas as pessoas estavam cheias de temor. Todos os que criam estavam juntos e unidos e repartiam uns com os outros o que tinham. Vendiam as suas propriedades e outras coisas e dividiam o dinheiro com todos, de acordo com a necessidade de cada um. Todos os dias, unidos, se reuniam no pátio do Templo. E nas suas casas partiam o pão e participavam das refeições com alegria e humildade. Louvavam a Deus por tudo e eram estimados por todos. E cada dia o Senhor juntava ao grupo as pessoas que iam sendo salvas.”- vivendo em amor cristão. Este registro apresenta o fruto do Espírito Santo, desfrutado pela primeira comunidade cristã. Sobre a base da fé comum se produz uma comunhão íntima entre Deus e entre os cristãos, e a adoção de um novo estilo de vida que promove mudanças profundas na ordem social e nas relações humanas, tudo em meio a um ambiente de alegria, humildade e louvor.                                           

A santidade cristã é fruto da presença e direção do Espírito de Deus, como Jesus mesmo viveu, despertando sensibilidade espiritual, amor operante e responsabilidade social. Não se trata de ter uma ligação misteriosa com o mundo espiritual, ou ter sensações e emoções subjetivas intensas, nem de retirar-se do mundo, vivendo num mundo à parte. Acolhendo a Palavra e sob a direção do Espírito Santo os seguidores de Cristo libertavam-se de velhos hábitos egoístas, da possessividade e do individualismo. Quem recebeu o bem maior, a salvação, o dom da vida eterna, não prezará mais se próprio conforto do que a fraternidade e a solidariedade. Repare que não há nenhum mandamento, ninguém pregando o dever de repartir: o Espírito Santo, essa “alma santa de Deus”, desperta uma nova sensibilidade para os melhores valores e nos irmana uns aos outros. Assim passamos a enxergar nosso próximo não mais como um estranho, mas como um irmão. O Espírito Santo age de modo a integrar pessoas, curando relacionamentos e gerando amizade. O que foi vivido na primeira comunidade cristã é sinal escatológico, é o anúncio do Reino de Deus no mundo humano.

Vivenciamos “O Espírito de Sabedoria e de Entendimento; o Espírito de Conselho e de Fortaleza e o Espírito de Conhecimento do Temor do Senhor.”

QUE ASSIM DEUS NOS ABENÇÕE.  

Pregação do Pr. João de 20/05/2012